Carpe Diem

E que venha a loucura

E que venha com toda a força

Força que me faça despencar das minhas próprias crenças

Crenças loucas


E que venha a fé

E que venha você

Renda-me!

Lute e enlouqueça também

Fuja da realidade

E se entregue às oportunidades...


Abandone a sua razão insana

E se afogue nesse mar de incertezas

Seja puramente profana

E que o nosso juiz seja a nossa vontade


E que o nosso controle e bom senso sejam passageiros

Viajantes de longa data

E que se percam na nossa odisséia

Na nossa aventura

Com nossa loucura

Buscando o porquê de ainda existir...

(Noturno)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Continuação do capítulo I

Coordenador Maurício Nascimento de Souza. Chegou recentemente à escola com a missão de organizar, empreender e principalmente cumprir metas. A única tarefa que ele parece freqüentemente esquecer é a de coordenar a escola. Sua meta maior: Alcançar a maior aprovação possível no vestibular, afinal de contas, qual poderia ser o maior objetivo de uma escola? Parece pequeno não é mesmo? Ali tudo era pequeno demais, e pior, também era sufocante. Por ser funcionário padrão provavelmente ganhava mal, assim como a maioria de nós. Contudo, por ocupar uma função de autoridade, afogava-se em autoritarismo. Tratava os demais com estupidez e se colocava como verdadeiro patrão da escola.  Logo que fui contratado, encarava aquilo com bom humor, divertia-me assistir aquelas demonstrações de imbecilidade.
            Ele costumava vestir um terno batido, suas limitações financeiras o impediam de ir mais além, acho até que mesmo se ele possuísse condições não teria criatividade para inovar. Com pouca instrução acadêmica, largou a universidade para se dedicar ao trabalho. Como eu disse, ele pensava pequeno. Talvez as próprias adversidades de sua vida o forçaram a se portar dessa forma. De qualquer maneira, por mais difícil que fosse a vida dele, limitar-se àquele meio era sim pensar pequeno. Talvez eu tivesse medo de acabar como ele, dependente como ele.
            As situações adversas da vida circulavam em meus pensamentos, talvez a raiva, a dúvida, o medo que mantinha dentro de mim era assistir-me projetado na figura daquele “pseudo-Bonaparte”. Será que eu acabaria como ele, dependente como ele? Não! Eu não suportaria viver daquela forma, engravatado e castrado pelos desmandos existentes naquela escola. O ambiente sufocante de outrora voltava a impregnar o ar ao meu redor. Minha cabeça estava prestes a explodir e eu ainda tinha 13 aulas pela frente, o que significava para mim como 740 minutos de muito stress e dúvidas, eu até já consegui ouvir àquelas dezenas de vozes conversando, cochichando e me analisando o dia inteiro, era como se diariamente eu fosse avaliado por eles, testado como um rato de laboratório que estava sempre disposto ao sacrifício de dar a vida inteira pelo bem-estar deles e como se fosse pouco, eu deveria fazer tudo aquilo sorrindo. Entro na sala, a aula vai começar.

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