Carpe Diem

E que venha a loucura

E que venha com toda a força

Força que me faça despencar das minhas próprias crenças

Crenças loucas


E que venha a fé

E que venha você

Renda-me!

Lute e enlouqueça também

Fuja da realidade

E se entregue às oportunidades...


Abandone a sua razão insana

E se afogue nesse mar de incertezas

Seja puramente profana

E que o nosso juiz seja a nossa vontade


E que o nosso controle e bom senso sejam passageiros

Viajantes de longa data

E que se percam na nossa odisséia

Na nossa aventura

Com nossa loucura

Buscando o porquê de ainda existir...

(Noturno)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

PARTE 3: MAIS DO MESMO


            E aqui estou eu outra vez. Perdido. Todas essas aulas tem se acumulado em minha mente e as obrigações rotineiras, já não me permitem ter calma. Não consigo lembrar de um dia no qual eu não acorde simplesmente para resolver problemas, apagar incêndios, ter sempre que dar o melhor de mim. Estou cansado...” (Pietro)

            Mesmo encantando os alunos, Pietro não reconhecia em si o seu enorme potencial, acreditava estar sempre andando em círculos e toda a pressão em cima dele tornava o seu brilho cada vez mais opaco. Seus passos em direção ao carro refletiam a sua imensa confusão de pensamentos, Dalila, Alice, Escola, Eva, Otelo. Eram muitas variáveis e apenas uma mente que ansiava por liberdade. O que fazer? Enfim, Pietro sempre encontrava refúgio nos conselhos de Miguel estava na hora de procurá-lo, afinal de contas, já era sexta-feira, um chopp cairia muito bem. Nada melhor do que deixar-se entorpecer.

            - Atende miserável...

            Já era a sétima chamada consecutiva e nada de Miguel. Pietro não suportava a ideia de ficar em casa sem fazer nada, sentia-se como se estivesse desperdiçando tempo. Algo tão precioso para ele, momentos livres não poderiam ser perdidos em frente a uma TV. A sua fome por viver era insaciável e ficar em casa, restrito a quatro paredes, era extremamente torturante. Talvez ele imaginasse que em alguma dessas surpresas da vida algo espetacular aconteceria e sua vida mudasse. Talvez ele encontrasse as respostas que tanto buscava, talvez... Mais dúvidas, menos certezas.

            - Deixe seu recado na Caixa Postal...
            - Miguel, aqui é o Pietro. Cadê você viado?! To querendo descer para a Orla! Quero me embriagar. Hoje é o dia!

            Uma, duas, três mensagens e nada! Já eram quase 22h30 e Pietro nem tinha se arrumado ainda e em Aracaju city se você não encontra algum lugar rápido, a noite se limitará a comer um sanduíche engordurado em uma praça qualquer. Miguel era a única companhia.

            - Deixe seu recado na Caixa Postal...
            - Bichona, aqui é o Pietro, de novo. To indo lá pra Orla... Me liga!

            Calça, blusa e um tênis qualquer. Pietro segue com seu carro em direção a Orla e já que Miguel não atendia, resolveu descobrir o que a noite lhe reservava. Sentado num barzinho qualquer ele pede a primeira cerveja que desce como água, antes mesmo do garçom se afastar Pietro já lhe solicita um drink, o mais pesado da casa. Talvez Pietro quisesse mostrar para si mesmo que poderia se divertir sozinho, mas isso era apenas uma ilusão.
            Mais drinks, mais cervejas e as coisas já começavam a ficar turvas. O garoto já não se importava com os olhares de alguns de seus alunos sentados na mesa da frente, continuava a ligar para Miguel, talvez não mais pela companhia, mas por uma raiva sem sentido, por uma sensação de abandono.

            - Deixe sua mensagem na Caixa Postal!
            - Deixe sua mensagem na Caixa Postal é o caralho! Onde você está seu viado?! To tomando todas e a noite tá só começando!!!

            Bêbado. Sozinho, Pietro já não distinguia aluno, amigo ou conhecido. Os garotos antes sentados à sua frente, já bebiam com o professor, o que aos olhos deles era o maior barato, mas só para eles.

            - E aew Professor! Vamo rajar!!!
            - Vamo nessa!!! Mas aqui em ajuzim, os bares fecham cedo... São duas da manhã e já estão expulsando a gente daqui!
            - Que nada, a noite é uma criança e a festa nem começou ainda professor! Aqui é só o aquecimento!!!
            - Como assim?
            - Tá rolando uma confraternizaçãozinha na casa de Alê. Vamo descer pra lá?
            - Alê? Quem diabos é Alê?
            - Oxe professor!?! Alê??? Aquele monumento em forma de mulher que senta lá no fundo?! Duvido muito que o senhor nunca a tenha visto!
            - Não sou disso guri... Ela é minha aluna e só. Além do mais, nós não fomos convidados para a confraternização não é mesmo?
            - É justamente aí que o senhor entra! Ela adora o senhor, se a gente falar que o Professor Pietro vai, ela libera todo mundo na hora!!!
            - Ahhh quer dizer que eu sou a sua porta de entrada...
            - Justamente!!!
            - Já liguei pra ela, vamo descer professor?!
            - Hã? Como assim?
            - Vamo vamo! Garçom fecha aqui! Vamo nessa!!!!

            Desengonçado e grogue, Pietro não foi capaz de recusar a proposta. Além disso, se todos os professores frequentavam essas festas, por que ele seria proibido? Por que?
           
            (Som alto)

            - Aí professor!!! Chegamos! Vamo arrasar! Tenho certeza que a Alê vai adorar encontrar o senhor!
            - É aqui mesmo?
            - Unhum
            - Mas e os pais dela?
            - Todos viajando... A casa é nossa.
            - Eu não deveria estar aqui, mas sabe do que mais? Foda-se essa porra toda!
            - ÉEEEEEEEEE PROFESSOR!!!

            Pietro dava o primeiro passo para um caminho sem volta. Ele mesmo sabia que aquela noite não terminaria bem, no entanto, sentindo-se sozinho, o jovem professor resolveu se libertar de suas preocupações.

            (Burburinhos)

            Olhares e muitos comentários paralelos foram as manifestações que receberam Pietro ao entrar na casa. Os alunos estavam perplexos por ele estar lá, até parecia uma estrela. O que ele viria fazer ali? E justamente na casa de Alê, que todos comentavam que tinha uma queda por ele... É... A noite estava só começando.

            - Gennnnnnte! Morri!
            - Como assim menina?!!
            - Olha quem está ali??
            - Quem???
            - O nosso Grande professor! (Risos)
            - Grande eu não sei, mas bêbado com certeza!
            - Ué?? Num é ele o certinho?!
            - A Alê já o viu? Se ela souber disso, vai cair matando!
            - Pera vou chamar!

            Deslocado. Mesmo bêbado, Pietro enxergava os olhares ao seu redor e já se sentia arrependido de estar ali. Sua mente balançava e seu corpo não respondia ao mesmo tempo dos seus pensamentos, era no mínimo uma situação desconfortável.

            - Nossa professor! O senhor tem o poder viu?!
            - Como assim menino?
            - Olha quem está vindo na sua direção?

            E lá estava ela, 17 anos e escultural. De fato, a menina era linda e com certeza o sonho de todos os garotos da escola. Seu sorriso, seu cabelo e todo o resto envolviam todos ao seu redor, menos um. Aquele que mesmo diante de toda a beleza a sua frente, não enxergava nada mais do que uma aluna.
           
            - Professoooooooooor! Ou melhor, Pietro né? Aqui você não é meu professor!
            - Oi Alessandra. Obrigado por me chamar pelo nome, mas eu sou seu professor em qualquer lugar. Não tem como dissociar isso.
            - Ihhh já tá falando bonito né? Deixa de bobagem, vamo curtir a festa! Não quero que o senhor venha pra minha casa pra ficar parado. Coloca esse corpo pra dançar vai...
            - Dançar? Como assim?

            A menina era extremamente voluntariosa e o arrastou para o meio da festa. Pietro até tentara evitar, mas já era tarde. E qual seria o problema disso afinal? Então ele dançou! E todos ficaram abismados ao perceber que por trás de todo aquele jeitão intelectual, ele sabia dançar. Os garotos a sua volta miravam olhares, alguns de desprezo e muitos de empolgação.

            - Meninaaaaaa, o professor dança demais! Olha só pra aquilo!!!
            - A única coisa que eu vejo é Alê se jogando nos braços dele... Ela vai pegar hein?!
            - Será???

            Pietro dançara a noite toda e por um momento chegou a se divertir. Algo que não fazia a muito tempo, sentiu-se solto das amarras e riu, riu muito ao lado de desconhecidos, alunos que convivam com ele, apenas conviviam. Mesmo assim, ele não notara as milhares de intenções da garota que fazia questão de dançar todas as músicas com ele. Talvez se estivesse sóbrio, talvez...

            - Pietro? Posso chamar assim né?
            - Pode Alê! Claro.
            - Vamo sair daqui...
            - Como assim? Você tá em casa pô?!
            - Não Pietro, to cansada... Queria sentar um pouco.
            - Ahhh tá. Tudo bem.
           
            Alê carregou Pietro pela mão. Na frente de todos e todas, aquilo era uma cena que ninguém imaginaria ver. Ela não foi para as mesas da festa, pelo contrário, se dirigiu para a casa, subiu as escadas com ele e todos viram, com certezas twittadas comentários não faltariam naquela noite.

            - Alê? Pra onde a gente está indo? A festa é lá fora... Vamos voltar. O pessoal pode pensar bobagem.
            - Que nada, eu só quero pegar um negocinho no meu quarto, num tem nada demais. A gente não tá fazendo nada!
            - Mesmo assim, não pega bem. To descendo.
            - Ei... Calma, espera. Te juro, senta aí que eu volto já! Tá?
            - Ok. 10 minutos certo? Depois disso, eu desço.

            Demorou menos do que isso e ela voltou. Enrolada na sua toalha, a menina fitou os olhos de Pietro e foi em direção a ele. Embasbacado e sem saber como reagir, Pietro esbravejou:

            - Você é louca?
            - Sou. Desde que te olhei, desde que vi esse seu olhar, sabia que você seria o único, é você que eu quero pra mim. Nunca te vi como professor e hoje você é meu!
            - Sai da...

            A menina disparou uma tentativa de beijo em Pietro, que se esquivou segurando os braços dela. A toalha caiu e com ela a porta se abre com as amigas de Alê... O silêncio ecoa nas escadas, Pietro sabe que está mergulhado em merda. Aquela cena te lembrou o passado, coube a ele apenas uma coisa: Fugir.
            Irritado, preocupado, Pietro cortava as ruas da cidade e com ela um único destino: A casa de Miguel. Ele sabia que aquela cena, aquela situação poderia destruir sua vida e ele precisava o quanto antes dos conselhos do seu amigo, desesperadamente, ele sabia que precisava. Por que diabos fora até lá? Por que diabos foi tão inocente? Por que?
            Ainda tremendo pela situação, Pietro para o carro na esquina. Mas uma cena o deixa perplexo. Alice sai do carro de Miguel. Os dois entram juntos na casa dele. Antes de abrir a porta, ela o beija. Mais uma vez, mais do mesmo. É meu amigo... A noite não fora programada para acabar bem.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

PARTE 2: BILHETE


            Quão bravo você poderia ser diante do seu grande amor? Qual seria a medida de sua coragem? De sua força? Do que você seria capaz? Abandonar o próprio filho? Largar tudo em nome de uma aventura?
            Todas essas dúvidas explodiam na mente de Pietro. O que o pai dele teria feito? Seria por isso que sua mãe o odiava tanto? Ele a abandonara? Algo não se encaixava naquela história e ele sabia que a única pessoa capaz de responder isso seria justamente aquela que ele mais temia: Dona Júlia. Fria, às vezes até um pouco calculista, mas ainda assim extremamente sagaz. Se por acaso, Pietro apenas levantasse o nome do pai, ela saberia que ele descobrira os diários e com certeza se fecharia em sua fortaleza mais implacável, o silêncio.
            Durante todos os anos que Pietro convivera com ela jamais ouvira elogios sobre o pai, na verdade ele sequer ouvira falar nele, apenas que tinha ido embora e só. Quantos “dias dos pais” Pietro passou sozinho? Quantas vezes olhou para os seus coleguinhas e percebera que havia algo de errado? O único a ir para casa sozinho... O único a não ter o que desenhar com o título de família... A infância não tinha sido fácil, a adolescência muito menos. A mãe sempre ausente mergulhada em trabalho e o pai apenas uma nuvem, uma silenciosa memória da qual ninguém ousava deslumbrar. Tudo era muito anuviado. Ninguém comentava, ninguém explicava, e assim ele ia crescendo em meio a murmúrios e suspeitas. Tudo sempre fora uma sombra e aquele diário poderia ser uma luz no fim do túnel de mistérios ao qual Pietro acostumara a conviver.
Mesmo assim, não havia muito tempo para isso, pois o trabalho se acumulava e com o vestibular estava cada vez mais próximo, para Pietro, se iniciava a pior parte do ano, onde todas as expectativas dos seus alunos se depositavam nele. Quais os assuntos cairiam? Quais questões? Não bastava lecionar o ano inteiro, se a sua revisão não fosse focada na prova, tudo que você construiu ao longo do ano iria por água abaixo. Por um lado completamente compreensível, mas por outro seria completamente martirizante.
Pietro mal sabia onde posicionar os seus pensamentos e já se via aprisionado a uma série de rotineiras obrigações. Se não bastasse tudo isso ainda havia Dalila que não parava de ligar e correr atrás do garoto. Afinal de contas, as apostas dela se direcionavam a ele, com uma boa revisão o curso estaria garantido e o dinheiro também. No final de tudo, Pietro sabia que o sistema o engolira e que seria muito difícil não ser digerido por ele.

...

Aracaju, 10 de outubro de 2012 (às 06h15 da manhã).

Mais um dia corrido. Era o que esperava por Pietro. Ainda meio desnorteado por causa dos acontecimentos recentes, o jovem professor titubeava em suas memórias e angústias. Ansioso por resolver os seus problemas e exorcizar os seus demônios internos, Pietro se enclausurava ainda mais em si e, apesar de irônico, era quando ele se mostrava mais talentoso.
As poesias e textos literários abordados por ele em sala estavam carregados de sua tristeza e tornava ainda mais verossímil o sofrimento dos românticos byronianos, as angústias dos existencialistas e as divagações de muitas outras artes. A tristeza dele o tornava suas aulas brilhantes e os alunos, ainda que presos a uma espécie de escravidão intelectual partilhavam com ele, as suas inquietações. Sua mente efusiva fazia daquele jovem professor uma explosão de ideias e reflexões. A vontade de mudar, de conquistar era clara nos olhos dele e aquela vida totalmente contida, reprimida por anos de más escolhas e temeridades reproduziam aulas extremamente profundas. Pietro incorporava os seus personagens e era ali que ele por um breve momento, ainda que curto, libertava a sua alma.
(Burburinhos de alunos)
            - Nossa que hoje ele está inspirado...
            - Finalmente né? Até pouco tempo atrás ele parecia um defunto ambulante!
            - Não fala assim dele, esses olhinhos tristes deixam ele tão fofinho, dá até vontade de pegar para criar!
            - Tenho certeza que ele pega aluna!
            - Mais fácil ele ser gay! (Risos)
            - Silêncio pessoal, não quero saber de conversa na minha aula, bora! Mergulhem no assunto!
            - Ixe! Será que ele percebeu?
- Duvido muito, ali é muito voador!
- Que história é essa que Pietro é gay?
- Sai daí pô! Isso é coisa desses meninos invejosos!
- Invejosos nada! Mal vejo em balada e quando o encontro ele está ou sozinho ou com um amigo! Atestado de gay!
- Isso não quer dizer nada!!!
- Ihhh tá defendendo demais!
- Já pegou né? Confessa!
- Nunca tive sorte!
- A irmã de uma amiga minha disse que ele é bom...
- Como assim???
- Vocês vão ficar aí fuçando a vida do professor ou vão deixar eu assistir aula?
- Ihhh parou gente, Helena começou a dar chilique!
- Deixa essa idiota aí, aposto que ela tem uma queda pelo professor! Mas vamos parar porque ele já olhou para cá duas vezes... Já já ele estoura...

Helena apenas sorriu. Um sorriso sarcástico, quase de desprezo. Não entendia como pessoas poderiam ser tão fúteis e em certa medida tão cruéis. Aqueles comentários nos ouvidos errados certamente prejudicariam o professor e numa cidade como Aracaju, não importa quem realmente você é, mas sim aquilo que falam sobre você. Mesmo sendo de fora, ela já havia aprendido as regras do jogo. Não se importava que falassem dela, mas não admitia que cometessem injustiças com os outros, especialmente Pietro. Aos olhos dela, o melhor professor da Escola. Dedicado, impetuoso e principalmente sincero. Não fazia questão de esconder suas opiniões ou de apenas concordar com os outros para agradar o público, Pietro era exatamente aquilo que se apresentava, ainda que por trás de seu brilho, houvesse uma tristeza contida. Helena percebera isso há muito tempo, no entanto, nunca se sentira a vontade para conversar com ele. Até porque, Pietro jamais abriria esse espaço para ela, provavelmente nem saberia qual era o seu nome. Então que moral ela teria de tentar ajudá-lo? E ajudá-lo como? Ela, apenas uma estudante. Ele, um brilhante professor. Bastava então, garantir ao seu modo, o respeito dos outros em relação a ele. Não era uma simples questão de protecionismo, mas sim de amizade platônica. Mas um dia, a coragem deveria brotar e com ela o silêncio seria rompido.

- Bem galerinha, como o meu tempo acabou, nos vemos na próxima aula ok? Não se esqueçam de fazer as devidas atividades de casa. Até mais.

Os alunos mal escutam Pietro e saem aos montes, descendo as escadas, empurrando uns aos outros, o que importava era ir para casa, buscar o descanso e a nova balada. De certa forma, Pietro ainda se sentia um garoto e assistia de camarote aquela cena, mesmo sob a ótica de professor adulto, talvez ele lembrasse um tempo que fosse menos infeliz, onde a angústia e preocupação repousasse apenas nos sermões de Dona Júlia.
Estático e pensativo, Pietro mergulhava mais uma vez na sua melancolia, talvez o dia lhe trouxesse respostas, ou simplesmente mais perguntas. Cansado e sozinho Pietro não percebera que havia deixado seu precioso diário em cima da mesa, sua última anotação estava à mostra em forma de bilhete, preso entre as páginas de seus escritos, fruto de seus devaneios madrugais

Hoje eu acordei com uma vontade danada de conquistar o mundo
De fazer acontecer e conhecer coisas novas
Descobrir
Sentir
Viver...
Mas então lembrei que precisava dar aula.
Desistir de todos os meus doces sonhos
Levantei
Fui trabalhar!

Aquele diário seria um prato cheio para as fofocas estudantis, no entanto, uma mão delicada e compreensiva o salvou...