Carpe Diem

E que venha a loucura

E que venha com toda a força

Força que me faça despencar das minhas próprias crenças

Crenças loucas


E que venha a fé

E que venha você

Renda-me!

Lute e enlouqueça também

Fuja da realidade

E se entregue às oportunidades...


Abandone a sua razão insana

E se afogue nesse mar de incertezas

Seja puramente profana

E que o nosso juiz seja a nossa vontade


E que o nosso controle e bom senso sejam passageiros

Viajantes de longa data

E que se percam na nossa odisséia

Na nossa aventura

Com nossa loucura

Buscando o porquê de ainda existir...

(Noturno)

domingo, 18 de dezembro de 2011

CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO III...

...
Depois de quase 1 hora caminhando, o suor já ensopava a minha blusa, queria chegar em casa logo, tomar um longo banho e simplesmente assistir TV. Foi quando estava mergulhado em meus pensamentos, que eles apareceram. Nunca tinha ido por aquele beco, na verdade eu estava tão distraído que nem notei quando entrei lá. Não percebi a ameaça de imediato, mas quando notei já era tarde demais. Um soco explodia nas minhas costas e eu tateava o solo para evitar a queda, ainda meio cambaleante recebi o primeiro de 4 chutes, finalmente caí ao chão, eles eram três e eu somente um. Não podia perder aquele dinheiro, não podia ...
            - Qual é Mané, vai dar uma de herói agora é? Passa tudo senão a gente te desmonta agora!
            - Calma car...
Outro chute acertava as minhas costas e eu já me sentia sem ar. O que fazer quando se está no chão, cercado por três ladrões e sem chances alguma de obter sucesso? É, eu sei bem a resposta: nada...
- Toma é tudo o que eu tenho.
- Eu quero é a mochila seu otário filho da puta!
- Cara eu to te dando meu tênnis, meu relógio, o que você quer ma...?
            Outro chute e mais outro, eu já sentia meu corpo dormente. Eu sabia que não tinha nada a fazer, mas entregar todo o dinheiro? Minha mãe me matava... Acho que eles também... Foi aí que a história mudou, sabe aquelas coisas que nunca acontecem na vida real, aquele tipo de coisa que só assistimos em filme? Pois bem, justo na hora que eles começaram a puxar a mochila de mim, uma outra confusão se fez na rua, não sei ao certo o que foi só sei que uma mulher gritando e pedindo por socorro saiu de uma das casas e a atrás dela o marido visivelmente embriagado, gritando frases do tipo: eu te mato! Bem, eu não tinha nada a ver com aquilo, nem poderia ser um herói, por 5 segundos os benditos ladrões se distraíram e foi o tempo que eu tive para correr. Objetivo número 1: chegar até a avenida. Depois disso, só Deus sabe, mas que eu tinha que sair dali eu tinha. Então eu corri, e sentia que quanto mais eu corria, mais os meus “amigos” se enfureciam comigo. O beco já estava quase no fim e a avenida cada vez mais próxima, descalço, sangrando e sujo, avistei um ônibus e me joguei como um desesperado nos seus degraus. O motorista parou e quando eu olhei para trás já não avistava mais ninguém, diante de mim uma mão se dispunha a me ajudar, ao erguer minha cabeça, era ela: Alice. Ainda não havia notado o quão era bela. E mais uma vez, em momentos de apuros, ela aparecia finalmente alguém aparecia. Mal sabia, que a partir dali eu nunca mais seria o mesmo, minha vida nunca mais seria a mesma.
            - Você está bem?
            - Estou tentando ficar...
            - O que aconteceu?
            - Assalto... surra...
Meu corpo cansado não conseguia responder aos meus pensamentos e eu nem conseguia respirar direito.
- Calma, eu te ajudo. Tem dinheiro para o ônibus?
- Tenho sim, tá na minha mochila. Ei cadê a minha mochila?
Foi quando eu percebi que toda a minha aventura tinha sido em vão. Ao saltar no ônibus, a minha mochila, onde estava o dinheiro dos passes caiu e com ela todo o meu sacrifício. Parecia ser mentira, maaaas a vida não costuma ser totalmente justa.
- Olha,vamos tratar disso primeiro, depois vemos a sua mochila.
- Não, eu não posso ficar sem ela.
- Ei! Calma menino?! Eu já disse que te ajudo. Senta aí que eu pago a sua passagem e depois nós veremos o que fazer. Minha casa é aqui perto e a sua?
- Também...
Respondi ainda meio abobalhado, entristecido e é óbvio puto da vida.
- Vamos descer?
- Oww que jeito né?
- Por sinal meu nome é...
- Alice, eu já sei... O meu é Pietro, muito prazer.

...

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