Carpe Diem

E que venha a loucura

E que venha com toda a força

Força que me faça despencar das minhas próprias crenças

Crenças loucas


E que venha a fé

E que venha você

Renda-me!

Lute e enlouqueça também

Fuja da realidade

E se entregue às oportunidades...


Abandone a sua razão insana

E se afogue nesse mar de incertezas

Seja puramente profana

E que o nosso juiz seja a nossa vontade


E que o nosso controle e bom senso sejam passageiros

Viajantes de longa data

E que se percam na nossa odisséia

Na nossa aventura

Com nossa loucura

Buscando o porquê de ainda existir...

(Noturno)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Continuação...


Luzes no interior da casa, alguns passos se dirigem a sala e estes sem dono, sem nome foram responsáveis por mergulhar Otelo em sua loucura pessoal, sem alternativas se jogou na “casinha do lixo” e lá ficou encolhido durante mais alguns minutos. Otelo jurava para si mesmo que se conseguisse sair dali ileso pagaria qualquer promessa, mas dentro dele uma pergunta se fazia presente: E Júlia? Ele precisava dela e no fundo sabia que se saísse dali sem vê-la todo sacrifício seria em vão.
            A cozinha se acende cada vez mais os passos se aproximam do humilde esconderijo de Otelo e ele já se preparava para o escândalo, os berros, a sirene e todo o carnaval que a mãe de Júlia iria fazer. Já imaginava até a surra que tomaria, na verdade já sentia até a dor...
            As luzes da varanda são acesas, bom agora é questão de segundos, Otelo sabe que será descoberto. Contudo, a lua lhe trouxe mais uma surpresa e uma voz doce ecoou dali
            - Otelo? Meu amor, eu não beijarei você fedendo...
            “Como assim?” Pensava Otelo. Como Júlia o descobrira ali? Tão rapidamente, logo Otelo que se sentia quase um James Bond ao entrar na casa dela. Contudo, seus pensamentos são interrompidos por mais passos e agora era o semblante de Júlia que ficara completamente frio
            - Rápido, saia daí! Meus pais acordaram! Vá pelo corredor da varanda e entre pela segunda janela, é o meu quarto.
            Otelo abriu um pequeno sorriso e antes mesmo dela falar outra vez, ele já havia fugido para o corredor.
            - Julhinha... Não é hora de estar acordada. Amanhã você tem inglês.
            - Eu sei mamãe, apenas queria olhar a lua, estava com saudade dela.
            - Nem pense nisso... Não quero saber de você relembrando aquele marginal. Já lhe disse, que o seu lugar é nos Estados Unidos, formada e linda, não aqui pensando em encontros ao luar com um qualquer.
            - Mas mãe...
            - Sem mas, vá para o seu quarto e só saia de lá amanhã.
            Em silêncio Júlia se dirigiu ao quarto, mal a sua mãe sabia que aquilo era o que ela desejara durante meses e muito menos que a sua pequena menina estava disposta a se tornar naquela noite uma nova pessoa, uma flor que desabrocharia em uma mulher.            

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